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terça-feira, 23 de março de 2010

Contos de Um Monge

Pois é! Estava à um bom tempo sem postar nada no blog.Porém, estou voltando para postar um conto que acabei de escrever.
Aproveitem ...


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Contos de Um Monge
Certo dia, um jovem samurai, foi visitar um Mestre Zen. Embora fosse muito orgulhoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o Samurai sentiu-se repentinamente inferior.
Ele então disse ao Mestre:
- “Me responda, por que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte inúmeras vezes, mas nunca experimentei medo algum. Por que estou me sentindo assustado agora?”
O Mestre falou:
- “Espere. Quando todos tiverem partido, responderei.”
Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o Samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o Samurai perguntou novamente:
- “Agora o senhor pode me responder por que me sinto inferior?”
O Mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. Aí o mestre falou:
- “Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: ‘Por que me sinto inferior diante de você?’ Esta árvore é pequena e aquela é grande – este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso.”
O Samurai então argumentou:
- “Isto se dá porque elas não podem se igualar.”
Então o mestre respondeu assim:
- “Então não me pergunte. Você já tem resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é e simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa você é você mesmo. Uma folhinha da relva é tão necessária quanto à maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.
“Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida!”

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